domingo, 14 de novembro de 2010

Tecnologia na escola

Diversas dúvidas quanto ao uso das tecnologias na escola vêm sendo alimentadas a cada ano. Qual a finalidade? Por que utilizar? Qual a efetividade? Quais resultados queremos atingir? Como utilizar? Quem deve estar envolvido com esse processo?
De fato, o que se tem presenciado na maioria das escolas é uma insatisfação quanto aos benefícios dessa prática. Gastou-se muito e efetivamente os resultados obtidos ficaram aquém do desejável. E agora? Sabemos que não se pode simplesmente ignorar as tecnologias, pois uma coisa é fato: elas estão presentes em todas as áreas e se expandem numa velocidade cada vez maior.
A nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da educação nacional propõe uma prática educacional adequada à realidade do mundo, ao mercado de trabalho e à integração do conhecimento. Podemos entender, então, que a utilização efetiva das tecnologias da informação e comunicação na escola é uma condição essencial para inserção mais completa do cidadão nesta sociedade de base tecnológica. É importante diminuir a enorme distância que existe entre o que o mercado de trabalho pede e as habilidades e competências do profissional que está se formando. O mercado precisa de pessoas que pesquisem, que questionem, que saibam realizar suas atividades de forma autônoma, que tenham iniciativa, que sejam capazes de resolver problemas. A utilização das tecnologias, no mundo atual, está fortemente inserida em todas essas exigências de mercado. Além disso, nunca houve tanta informação e conhecimento disponíveis num espaço de tempo tão curto.
Muito já foi discutido sobre o uso das tecnologias e do computador na Educação. Com base em todas as discussões e experiências realizadas, confirmou-se que tais recursos devem constituir-se em ferramentas para apoio e desenvolvimento da aprendizagem acadêmica. Ou seja, o objetivo não é fazer com que os alunos aprendam informática simplesmente, e sim que aprendam melhor português, matemática e as demais disciplinas a partir do uso do computador. Mas, como?
A nosso favor, temos uma grande vantagem que deve ser bem explorada: nossos alunos têm disposição e interesse por projetos e atividades que utilizem recursos tecnológicos. O ato de gostar eqüivale ao ato de querer conhecer, ou seja, temos mais chance de explorar a aprendizagem do aluno quando propomos atividades que têm significado para ele.
Ao desenvolver uma proposta pedagógica eficiente para a utilização das tecnologias na escola, tão importante quanto a riqueza e o encanto dos recursos oferecidos em determinado educativo multimídia ou site educacional, é a elaboração de um planejamento adequado para a utilização dos recursos computacionais e para a produção de resultados. Por mais rico em animações, vídeos e conteúdo que um aplicativo seja, ele não produzirá resultado algum se não for trabalhado de forma a contribuir para a aprendizagem do aluno. O problema é que o professor parece dispor de pouco tempo para planejar, estudar e avaliar seu próprio trabalho. Segundo os japoneses, nós devemos gastar 80% do nosso tempo planejando e 20% executando; infelizmente em nossa cultura realizamos uma prática contrária a essa.
Conciliando o útil ao agradável, uma forma efetiva de elaborar um planejamento adequado para o uso das tecnologias pode ser encontrada no desenvolvimento de projetos de investigação e empreendimento; trata-se de uma oportunidade de se trabalhar, na prática, a teoria do "construcionismo" ou do "aprender fazendo", do Dr. Seymour Papert. Ora, se os alunos gostam de tecnologia e se sabemos que o trabalho com projetos é uma prática eficaz para estimular o desenvolvimento de habilidades e aplicar o sentido significativo de aprendizagem -- ao invés da simples transmissão de conteúdos -, temos então uma excelente oportunidade de utilizar a informática contextualizada ao ensino.
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